sábado, 17 de maio de 2008

4x04_É sobre vestibular

Este é um fragmento de uma matéria da super de 88, homericamente velha para os nossos dias de internet, mas que apresenta um contexto não muito diferente do enfrentado por muitos brasileiros ainda nos dias de hoje:

"Prova de fogo

Como e quando surgiu o vestibular; as ansiedades e neuroses dos vestibulandos.

Toda virada de ano é tempo de guerra para muitas centenas de milhares de jovens brasileiros. O alvo é um lugar na faculdade, e o campo de batalha, o temido vestibular motivo de mudança de hábitos, de tensão e angústia que as pressões familiares apenas conseguem agravar.

Por Maria Inês Zanchetta

Dezembro e janeiro são meses de vestibular. Este ano, algo como 1,9 milhão de jovens estão na briga pelas cerca de 440 mil vagas existentes nas faculdades brasileiras. O exame vestibular é a culminação de meses de esforço, angústia e rotinas alteradas um processo massacrante, desgastante, sofrido, na opinião quase unânime de educadores, psicólogos e estudantes. Mas como selecionar entre tantos candidatos os mais bem preparados, se as vagas são necessariamente menores?

A relação este ano é de aproximadamente quatro candidatos para cada vaga. Há um decênio a proporção era menor. Em 1976, por exemplo, apenas 2,47 candidatos disputavam uma vaga. Quatro por um é a média nacional. Nos cursos mais concorridos, como Medicina, os números são mais ásperos. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro a proporção é de 21 candidatos para cada vaga, e na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas nada menos que oitenta jovens competem por uma única vaga.

Supõe-se que os vencedores dessa guerra sejam os melhores, mas nem sempre é assim. Vera Guimarães, psicóloga do Curso Objetivo de São Paulo, observa: Existem alunos preparados que não entram na primeira vez, às vezes nem na segunda, ou porque tiveram um ”branco” na hora ou porque no fundo estão indecisos sobre a carreira a seguir. É sabido que a influência que a família busca exercer nessa escolha mexe bastante com as emoções dos jovens não raro de forma negativa.

O caso de Judite Jeng, 20 anos, é um bom exemplo: Meus pais queriam que eu fizesse Medicina e não admitiam de jeito nenhum que eu estudasse Jornalismo, como pretendia, ela relata. Então, no terceiro colegial, optei por Computação, porque não era nem Medicina nem Jornalismo. Apesar de me considerar bem preparada, não consegui entrar. Enquanto isso, minha irmã mais nova passou direto do colegial para a faculdade de Medicina, e minha situação ficou muito incômoda.

Judite conta que o período em que ficou esperando pelos resultados foi o de maior agonia. Eu nem dormia mais à espera de novas listas. Pensava em como encarar a família; parecia que eu era a pessoa mais burra do mundo, diz ela. Reprovada, resolveu fazer o que queria de fato: Jornalismo. Passou um ano fazendo cursinho, mas nem assim entrou na Universidade de São Paulo. Doeu muito, lembra Judite, agora aluna de uma faculdade particular. [...]"

Veja o texto na integra aqui.

Minhas considerações:

Sobre o vestibular: Infelizmente, esse será o sistema de seleção o qual todos que querem ter um curso superior terão que se submeter, enquanto não inventarem outro mais abrangente e barato. Por isso, recomendo a você, interessado em prestar alguns desses exames, que se informe mesmo sobre o procedimento não apenas na hora da prova, mas também antes dela. E, acima de tudo, mantenha-se calmo, do momento em que leste esse texto até o dia da prova.

Tendo dito isso, fica claro que a finalidade aqui é se precaver tranquilamente, e não amedrontar-se com os depoimentos e dados estatísticos, pelamordedeus.

Sobre a informação da revista em si: Confirmando o que eu disse no início do post, até mesmo na era da informação, dependendo da situação, um texto das antigas como esse pode servir de fonte. Nesse caso valeu porque as situações descritas batem muito com o contexto dos dias de hoje. Experimente ver outros textos atuais disso que irá saber do que estou falando.

Posteriormente irei postar aqui outro texto da super, pra esclarecer (quem sabe) outra questão, o valor dos textos veiculados, principalmente os sensacionalistas.

Até mais!

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